Fonte: G1 / Foto: Reprodução/TV TEM
Falar ao celular enquanto dirigimos aumenta o risco de acidentes em até quatro vezes, mas a nova mania é ainda mais perigosa: conferir as mensagens que chegam e até responder no meio do trânsito. Uma pesquisa da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego mostrou que olhar ou mandar mensagens enquanto dirigimos aumenta em 23 vezes o perigo de acidentes.
Para mostrar na prática o quanto fazer isto é arriscado, o TEM Notícias convidou seis voluntários para percorrer um trecho e simular várias situações de perigo em uma pista de testes (Veja o vídeo acima). Todos os convidados têm uma história de amor pelo celular e não desgrudam do aparelho nem quando estão dirigindo.
A fonoaudióloga Maiara Bianchi, por exemplo, já sofreu um acidente do tipo. "Eu estava digirindo, o celular tocou e fui ver a mensagem. Não percebi que o carro deu uma jogada para a direita e pegou toda a lateral na defensa metálica", conta. Quem nunca se envolveu em um acidente continua se arriscando, em nome do trabalho ou até por costume mesmo. "Eu utilizo mais em retas e semáforos, lugares que eu consiga ter mais certeza de que não vou bater o carro", explica o fotógrafo Eduardo Malta.
Todos os voluntários se perderam ao sair do semáforo (Foto: Reprodução/TV TEM)
O primeiro percurso foi feito sem o celular para um reconhecimento da pista. Em seguida, o desafio era percorrer um trecho bastante complicado respondendo a uma mensagem enviada pela produção do TEM Notícias, como zigue-zagues e freadas bruscas. Ao lado dos voluntários, um instrutor de trânsito estava atento as possíveis barbeiragens da turma. Os seis se perderam no semáforo.
Reação aos estímulos
A primeira voluntária logo se assustou ao perceber a dificuldade em fazer uma manobra difícil respondendo a uma mensagem. "É muito difícil digitar, dirigir, trocar de marcha e não atropelar ninguém", ressalta. Isso acontece porque, de acordo com o neurologista Mário Alberto Machado Filho, o cérebro age com estímulos. "Se você tem vários estímulos, ele vai tentar prestar atenção em todos e acaba desviando a concentração do que é o principal, que é dirigir o carro", explica.
Com pouca experiência no trânsito, o estudante Gabriel Mazzi deu mais atenção à mensagem do que ao percurso. De cara, o jovem já derrubou três cones. "Em uma situação de risco eu não estaria preparado, seria acidente na certa. Não tem como conciliar os dois não", admite o estudante.
Quando falamos ao celular no trânsito, destaca o presidente da Urbes, empresa pública que gerencia o trânsito e o transporte em Sorocaba, Renato Gianolla, o acidente é agravado em até quatro vezes, segundo estatísticas. "Hoje mandar mensagem no celular é muito pior. É comparado ao indivíduo estar embriagado ao volante", completa.