No inverno temos o predomínio das doenças virais, principalmente as que atacam as vias aéreas. Resfriados, gripes, bronquites, laringites, amigdalites ficam mais comuns nesse período. As temperaturas mais frias e o clima seco ocasionam uma concentração das partículas no propiciam que os vírus se reproduzam.
As crianças são as mais atingidas, principalmente aquelas com histórico de doenças respiratórias alérgicas (como bronquite e rinite).
Vale lembrar que o frio não causa doença! A mudança de hábitos é que aumenta a transmissão. Permanecemos mais tempo em ambientes fechados e aglomerados, tomamos menos líquidos e lavamos menos as mãos. Isso faz com que os vírus sejam transmitidos através de tosse, espirros e o contato.
As crianças menores que frequentam creche ou que tem um irmão mais velho que frequenta, pode ter até 15 infecções respiratórias por ano, tamanha a troca de vírus que eles têm.
Para o controle dessas doenças os pais devem ficar atentos para a limpeza dos locais em que a criança fica (principalmente aonde ela dorme) e evitar as mudanças bruscas de temperatura. Então deve-se agasalhar bem quando saírem de casa.
A limpeza nasal com soro fisiológico auxilia para evitar o acúmulo de secreção e consequente complicação das doenças. O soro nasal ajuda a umidificar as vias aéreas o que dificulta a proliferação de vírus e bactérias.
Mais uma vez vale a pena reforçar a importância do aleitamento materno. Para as crianças que receberam o aleitamento materno exclusivo (sem adição de fórmula infantil, mesmo que complementando o aleitamento) até os 6 meses de idade tem menos infecções e menos alergia (chega até 70% a menos de infecções) e isso traz reflexos para uma vida inteira. Porque o leite tem propriedades anti-inflamatórias e componentes imunológicos que o tornam único e inimitável.
A vacinação, disponível gratuitamente pelo SUS, também previne algumas dessas doenças e deve ser utilizada como recurso de prevenção.
Evitar lugares fechados e cheio de pessoas, principalmente para crianças menores do que 4 meses de idade (nessa idade ainda as defesas do organismo estão se formando) e o contato com pessoas resfriadas, até mesmo dentro de sua própria casa.
Uma alimentação saudável e com bastante líquido e a higienização das mãos, principalmente antes das refeições é fundamental para uma boa saúde de todos.
A febre é uma defesa do corpo. É importante não correr ao pronto atendimento / pronto socorro por qualquer motivo ou ao primeiro sinal de febre. Nesse período as emergências estão cheias e a criança acaba ficando exposta a outros tipos de doenças.
Então antes de sair correndo, procure a Unidade Básica de saúde ou os ambulatórios gerais para avaliação médica. Ou ainda, procure o pediatra da criança para uma melhor orientação.
Deve-se priorizar ir ao pronto socorro quando a criança estiver com falta de ar, dificuldade para respirar, febre alta que não cede ao uso de antitérmicos comuns ou que dure mais do que 3 dias, recusa alimentar (não é diminuição de apetite), diminuição da urina, sangramentos, crises convulsivas ou alterações neurológicas (como sonolência ou algum comportamento incomum da criança).
Um vírus ou um alérgeno ataca os brônquios (canais dentro do pulmão) e causam uma obstrução por secreção desses canais o que dificulta a troca de ar e assim causa dificuldade para respirar, tosse, cansaço e chiado no peito.
A gripe é diferente do resfriado. É uma infecção causada pelo vírus Influenza, transmitida pelas gotículas de espirros ou tosse.
Os sintomas são febre alta, dores musculares, dor de cabeça, dor de garganta e tosse que conforme se intensifica passa a ser produtiva (com catarro).
Como evitar: manter uma dieta saudável, evitar contato com pessoas infectadas (lugares públicos), lavar a mão várias vezes ao dia (principalmente após sair na rua ou comer) e tomar a vacina que está disponível na rede pública.
Tratamento: repouso, muito líquido, medicamentos para dor ou febre.
A complicação mais comum da gripe é a pneumonia – então se a criança estiver há mais de 2 dias com febre, com dificuldade para respirar ou gemente o médico deverá ser consultado para avaliação dessa criança.
O resfriado é muito mais comum do que a gripe, pode ser causado por inúmeros vírus e não existe vacina para resfriado. Uma criança pode ter em média 8 resfriados por ano; os sintomas são de obstrução nasal, coriza, tosse e dor de garganta.
Prevenção: evitar lugares mais fechados e aglomerações. Se já estiver resfriado use soro fisiológico para lavar higiene nasal várias vezes ao dia e dê bastante água.
É uma infecção nos pulmões. Os principais sintomas são: febre, tosse produtiva (com catarro), dor no peito, falta de ar e “respirar rápido”. Sua principal prevenção é cuidar das doenças respiratórias para não deixar complicar e evitar ambientes fechados e com aglomerações
É uma inflamação das vias aéreas e costuma ser uma complicação de um resfriado ou de alergia respiratória que não foram tratados corretamente. O que devemos fazer é higienizar o nariz várias vezes ao dia para que as secreções não acumulem. Os sintomas clássicos de sinusite são: febre, dor de cabeça, coriza e tosse predominantemente noturna. Lembrando que nos menores pode ser só um resfriado que está durando há mais de 15 dias.
A meningite é uma doença muito grave e pode causar sequelas ou até mesmo a morte em crianças. Então os pais devem estar atentos aos primeiros sinais da doença que são: febre, dor de cabeça, vômitos e rigidez na nuca (a criança não consegue encostar o queixo no peito). Se isso acontecer procure um médico para melhor avaliação da criança. Existem vários tipos de meningite e todas elas são contagiosas, os lugares fechados e com aglomerações facilitam a transmissão dessa doença e é por isso que são mais comuns no inverno. Colocar a mão na boca ao tossir e logo após lavar as mãos deve ser um hábito para evitar a transmissão. Vale lembrar que temos vacinas contra alguns tipos de meningite disponíveis no posto de saúde ou na rede privada – então manter o calendário vacinal da criança atualizado e manter o acompanhamento com o pediatra é de extrema importância.
Inflamação nas amigdalas, caracterizada com dor de garganta, dificuldade de engolir, febre, dor de ouvido e até alteração na voz. Sua principal prevenção é manter uma alimentação saudável, beber bastante água, manter as mãos sempre limpas e evitar locais fechados e aglomerações.